Luxação

Dr. Joel Murachovsky                Especialista em Cirurgia de Ombro e Cotovelo

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LUXAÇÃO DO COTOVELO

A articulação do cotovelo é extremamente estável devido ao seu formato e, congruência de sua superfície articular, além de sua cápsula articular e complexos ligamentares  medial e lateral e, músculos que envolvem essa articulação.

Numa luxação ocorre a separação completa de dois ossos que se articulam por meio de contato ósseo, cápsula e ligamentos.

O cotovelo é a segunda articulação que mais luxa. O mais comum é a luxação para posterior e não é incomum a presença de fraturas associadas. Na luxação de cotovelo ocorre lesão desses complexos ligamentares. Essa lesão pode ser parcial ou total. Comumente o complexo ligamentar lateral lesa totalmente e a lesão do complexo medial varia de caso a caso.

Raio X perfil de Cotovelo- luxação posterior associada a fraturas da cabeça do radio e Coronóide

Geralmente o cotovelo luxa devido a um trauma com o cotovelo em extensão.  Seu diagnóstico fica evidente, devido ao cotovelo ser uma articulação superficial e a deformidade que ocorre com a luxação. Radiografias simples servem para confirmar o diagnóstico e avaliar a presença de possíveis fraturas associadas.

O Objetivo do tratamento é reduzir o cotovelo, ou seja, colocá-lo de volta na sua posição ideal, de maneira que a articulação fique estável e com o passar dos dias indolor e com arco de movimento normal ou pelo menos, próximo do normal

Existem técnicas que auxiliam o ortopedista a colocar o cotovelo no lugar, mas isso deve ser realizado em um local seguro, como um pronto-socorro e, somente por pessoas habilitadas, pois complicações existem. Após a redução a estabilidade do cotovelo deve ser testada, avaliando o grau de Flexão e Extensão do cotovelo em pronação e Supinação.

O mais comum é o cotovelo ficar estável após a redução e, nesses casos  o tratamento é conservador. Deve-se deixar o paciente imobilizado. O tempo de imobilização varia um pouco de escola para escola, mas não deve ser superior a 3 semanas pelo  risco de  perda importante do arco de movimento. Eu, particularmente, deixo o paciente imobilizado por 2 semanas e, então, inicio com o paciente o trabalho de ganho de amplitude de movimento e, se necessário introduzo órteses  para auxiliá-lo no ganho. Após  2 semanas iniciamos o trabalho de isometria e propriocepção e, mantemos o trabalho de ganho de amplitude de movimento. No momento que a amplitude de movimento está completa ou quase completa passamos a fortalecer  os músculos do cotovelo isotonicamente e com 3 meses passamos a trabalhar contração excêntrica.

Por outro lado, existem situações em que não é possível tratar um paciente com luxação do cotovelo sem uma cirurgia. Isso ocorre quando o cotovelo permanece instável quando é extendido independente da posição do antebraço, ou quando há a presença de fraturas associadas que fazem com que esse cotovelo fique muito instável e normalmente, nesses casos, os ossos do cotovelo perdem sua posição mesmo quando adequadamente reduzidos e imobilizados. Também, nos casos em que não é possível reduzir o cotovelo, ou quando há interposição de um fragmento ósseo, ou quando ocorre uma lesão de nervo ou artéria associado  à luxação  indica-se  o tratamento por meio da cirurgia. A cirurgia tem como objetivo tratar o que, eventualmente estiver lesado. Reparo de ligamentos, reduzir e fixar fraturas associadas, retirar e, se possível reduzir e fixar, interposições de fragmentos ósseos ou cartilagem ou partes moles.