Reabilitação pós reparo do Manguito rotador

texto de Dr. Joel Murachovsky       contatos: 11-32570763 ou 37391334

REABILITAÇÃO PÓS REPARO DO MANGUITO ROTADOR

A reabilitação após o reparo de uma lesão do Manguito rotador é longa e um comprometimento do paciente com a fisioterapia é fundamental para se obter um bom resultado funcional. Nas primeiras seis semanas o paciente deve usar uma tipóia funcional para ombro (tipóia com uma pequena almofada ao lado), que serve para restringir os movimentos do paciente, dar maior conforto e proteger o ombro operado.O paciente deve aprender a retirar e colocar essa tipóia sem movimentar o ombro acometido, assim como deve aprender a retirar e colocar uma blusa dessa mesma maneira.

Nesse período os movimentos permitidos ao paciente dependerão de como ficou a reparação da lesão, baseando-se na qualidade do tecido reparado, qualidade óssea, tamanho da lesão e quais tendões estavam rompidos.  De uma maneira geral, permite-se exercícios de flexo-extensão do cotovelo, rotação lateral completa, levando em conta a dor, passiva e ativa-assistida e isométricos para o deltóide. Contudo se o paciente apresenta uma lesão do subescapular que precisa ser reparada, devemos proteger esse reparo e portanto, nas primeiras quatro semanas apenas liberamos a rotação lateral até neutro (0º), permitindo uma maior rotação lateral nas duas proximas semanas de tipóia. Da mesma maneira, se a lesão é muito maior ou há o acometimento de mais tendões, ou tecido não é de tão boa qualidade e ao final da cirurgia observa-se pequenos movimentos do tendão ao rodar o braço, devemos observar após quantos graus de rotação lateral há pequenos movimentos no reparo e nas primeiras quatro semanas não podemos atingir tal amplitude de movimento para não sobrecarregar o reparo. Nas próximas duas semanas permite-se o incremento de mais 20º de rotação lateral.

Após a seis primeiras semanas o paciente para de usar a tipóia  e inicia o ganho de Amplitude de movimento da cintura escapular. Diversos exercícios devem ser ensinados ao paciente e devem ser executados durante as sessões de fisioterapia, como também em casa. Nessa fase, se possível a hidroterapia deve ser indicada. Exercícios de elevação deitado com bastão, rotação lateral completa com as costas na parede e braço ao lado do corpo, exercícios de rotação medial com auxílio de uma toalha e elevação do membro operado na parede são ensinados, assim como exercícios de alongamento de adução e abdução e cápsula posterior. Nessa fase permitimos que o paciente volte a dirigir, desde que seja carro com direção hidráulica e automático, caso contrário preferimos que o paciente volte a dirigir apenas após quatro meses da cirurgia.

Após quatro meses inicia-se o trabalho de fortalecimento dos músculos da cintura escapular e músculos peri-escapulares. Também exercícios de propriocepção são orientados.

A