Capsulite Adesiva

Texto de Dr. Joel Murachovsky Contatos: 11-37391334 ou 11-32570763

Capsulite Adesiva (Ombro Congelado) Causas, Sintomas e Tratamento

 

 

Retração da cápsula na região do recesso axilar- característica da capsulite adesiva

A capsulite adesiva é caracterizada por uma restrição dolorosa e progressiva dos movimentos ativos e passivos do ombro.

Acomete mais o lado não dominante, aquele que usamos menos, e em  pacientes do sexo feminino, na sua maioria entre a 5ª ou 6ª década de vida. Em 20 a 30% dos casos, incide em ambos os  ombros.

Existe um aumento na prevalência da capsulite adesiva  em pacientes que têm Diabetes Mellitus, doenças da tireóide, Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, doenças auto-imune e trauma, quando comparados à população geral, que é de aproximadamente 2%.

O início da dor é insidioso e faz com que o paciente limite gradativamente os movimentos do ombro acometido. O paciente percebe que não consegue realizar atividades da vida diária, que requerem elevação do membro acima da altura do ombro ou sua rotação. A dor, normalmente, piora aos extremos dos movimentos e à noite, mas tende a diminuir progressivamente com o passar do tempo, porém a limitação dos movimentos permanece.

Hoje existem evidências de que a capsulite seja uma evolução de uma sinovite (inflamação da membrana sinovial, dentro das articulações) e posterior reação de fibrose da capsula articular.

Podemos classificar a capsulite adesiva, quanto a sua etiologia e gravidade.

A capsulite primária ou idiopática é aquela que não tem uma etiologia identificada. A secundária é subdividida em: problemas intrínsecos do ombro, extrínsecos e sistêmicos. A gravidade foi dividida em: leve, moderada ou grave, dependendo do grau de limitação do movimento, observado no exame físico.

A capsulite idiopática ou primária,  pode ser dividida em fases: dolorosa ou congelamento, rigidez e resolução. São diferenciadas pela história, tempo de evolução da doença e exame físico, inclusive com o paciente anestesiado. Por meio da da artroscopia, procedimento cirúrgico realizado através de mini cameras  que são introduzidas dentro da cavidade articular e vistas através de um monitor,  também é possível perceber diferenças significativas em cada uma das fases.

O diagnóstico é feito pela história que o  paciente conta ao médico e através do  exame físico que realizamos durante a consulta ; mas os exames de imagem são importantes para se descartar possíveis diagnósticos diferenciais. A radiografia simples mostra uma osteopenia (perda de massa óssea)  localizada no ombro acometido e a ressonância magnética, que deve ser realizada com contraste articular mostra a perda do recesso axilar e do recesso posterior, regiões anatomicas presentes no exame normal.

O tratamento da capsulite adesiva visa diminuir a dor e tentar quebrar o ciclo da doença através do uso de analgésicos, anti-inflamatórios e medicações que visam aumentar o limiar da dor do paciente, associados à fisioterapia que deve ser iniciada somente quando a dor no ombro diminuí. Quando não é possível o ganho de movimento, existem técnicas, tais como: manipulação sob narcose, distensão hídrica, e liberação artroscópica, que através de lesões na cápsula articular e ligamentos, levam ao ganho de movimento.
Outro método de tratamento descrito é o bloqueio do nervo supra-escapular. Este visa não somente tratar a conseqüência da capsulite (limitação da ADM), mas também a dor no ombro. Parte importante da inervação articular simpática  e sensitiva é dada pelo nervo supra-escapular e a técnica consiste em infiltrar anestésico na região supra escapular, trajeto do nervo . Podem ser necessários várias infiltrações,  podendo chegar  até 15 bloqueios.