Bursite

 

Imagem do impacto do úmero com o acrômio – a bursa fica entre essas duas estruturas assim como o manguito rotador e podem inflamar

Texto de Dr. Joel Murachovsky Contatos: 11-37391334  ou 11-32570763

Bursite do Ombro Causas, Sintomas e Tratamento

Podemos dizer que o ombro pode ser dividido em dois espaços pelos músculos que envolvem o ombro: a articulação gleno-umeral e o espaço subacromial.
Os músculos que envolvem a cabeça do umero, levam o nome de  manguito rotador e este  é o teto da articulação  gleno-umeral enquanto que, no espaço subacromial, é o assoalho.   O espaço subacromial é bem estreito, e nele estão contidos a bursa e os músculos do manguito rotador.
Por diversos motivos, pode ocorrer um estreitamento, ainda maior, do espaço subacromial e isso leva a inflamação desta bolsa, o que chamamos de bursite do ombro e, isso causa dor no ombro. Na verdade, este estreitamento, faz com que,  a porção mais lateral da cabeça do úmero, a qual chamamos de tuberosidade maior, impacte contra  o acrômio, causando micro traumas nos tecidos contidos neste espaço subacromial, a bursa e  os músculos.

Portanto, não é apenas a bursa que inflama, mas também, os músculos, ocorrendo a formação de uma bursite e uma tendinite. O nome verdadeiro desta entidade é síndrome do impacto do ombro.

O paciente com síndrome do impacto do ombro se queixa de dor no ombro, de início insidioso e com piora progressiva. Refere geralmente, que a dor piora ao elevar o braço acometido e a noite ao se deitar. Com a evolução, alguns pacientes reclamam de dor mesmo em repouso.

Sempre que nos deparamos com um paciente com um quadro clínico, sugestivo de síndrome do impacto do ombro, devemos descartar a existência de lesão dos músculos do manguito rotador.

Radiografias são importantes para avaliarmos as estruturas ósseas que formam a articulação do ombro e a ressonância magnética do ombro serve para avaliarmos o grau de comprometimento dos músculos.

O tratamento do paciente com diagnóstico de síndrome do impacto do ombro é clínico. Prescrevemos medicações analgésicas, orientamos crioterapia e fisioterapia e posteriormente, reabilitação para a vida diária.

A maioria dos pacientes obtém melhora, seguindo o tratamento corretamente.

Os pacientes que não melhoram após seis meses de tratamento, tem indicação  para o tratamento cirúrgico. Nesta fase, buscamos tratar a causa da inflamação e na maioria das vezes, a causa para a diminuição do espaço subacromial é a presença de um “esporão” na porção inferior e anterior do acrômio.

A cirurgia, anteriormente realizada pelo método aberto, com um corte extenso, hoje é realizada pelo método da  artroscopia;  com  apenas 3 pequenas incisões na pele  de aproximadamente 1,5cm ,; introduzimos uma micro camera  e com instrumental delicado, tais como  micro motores acoplados aos instrumentos , ressecamos este esporão e “limpamos” toda a inflamação. (Acromioplastia artroscopica)

O paciente  permanecer alguns dias imobilizado e progressivamente vai retomando todas as suas atividades da vida diária.

A permanencia da bursite e tendinite ocasionados pela sindrome de impacto, se não tratados, podem ao longo dos anos acabar em rotura dos tendões do manguito rotador.